Amar o Mar

Iemanjá,
Mãe de Amor, e do Mar
Dos Santos e Orixás
Me ensina da Vida
O Mar velejar
Me afoga em sua Água
Me apaga essa frágua
Me faz inteiro e completo
Marinheiro e Desperto
Que o Grande Fim já começou
De onde vim e aonde vou
Se não aos mares de seu Amar
Ó Mãe, Odò Ìyá
esse filho quer voltar
Mostra-me Iemanjá,
o Caminho para o Lar

ContraTempo

ao meio-dia meu,

à doze horas

do meio-dia seu.

a teoria

falha

que eu queria

falar:

meia volta

do planeta

numa volta

do relógio

Desespéro

mas O

dia espero.

A amo

sem ponteiros

nem pontinhos,

sem quilômetros

nem centímetros.

O palhaço é quem ri.

Quem rir por último
Só rirá do penúltimo
Do seu fim, o começo
Meio assim ao avesso



Quem viver , viverá
Quem quiser, verá
O que já há e que já é.
E o palhaço o que é?



E o palhaço o que é?

Funil do Fluxo

Psicológico

Psychei x Logos
Sopro x Palavra
Alma x Fala
Infinito x Limite

FlorAção

Enquanto o tempo passa eu penso

em quanto tempo eu perco

Quanto o tempo pesa

quando temos pressa!

Enquanto eu penso no

Tempo que está a correr

dispenso a possibilidade

do impossível acontecer

Então é bom deixar fluir,

pesar, cair, e quem sabe,

Um dia brotar, florir ,

Sorrir e sorrir...

Primavera

No ventre da Terra
A gravidez é gravidade

Amor de mãe é água de mar
Vento nas folhas, a voz de ninar

No brilho da lua, os olhos-coruja
O calor do colo é fogo do sol

Pela terra, a tenra pele
Pelos, rios, cabelos, fios

Grávida, a mãe bela
Mãe Terra, gera a vida

Assim como as estações são, e bem-vindas
As gestações seguirão, como sempre, lindas...

Não troco

Pôr-do-sol no céu
Por meu mar de sal
A saudade é o mar

Dos distantes nós

Do se amar ao ver

Meu Eu e seu a sós

Doce amar ao Ser

Dois amantes: nós

Não troco

Modus Operandi

Se espero acerto
Desespero no erro
Se espero o erro
É certo, ele vem

Se sigo errante

O hoje seguinte

Todo tempo é distante

Aquém do Presente

Mas nada espero

Nem desespero

Do tempo nada a saber

Se pro fundo Eu souber

Em meu Ser mergulhar